Pescadores retiram mais de 20 caminhões de lixo da lagoa Mundaú em Maceio-AL – Portal Pesca Amadora Esportiva Pescadores retiram mais de 20 caminhões de lixo da lagoa Mundaú em Maceio-AL | Pescadores retiram mais de 20 caminhões de lixo da lagoa Mundaú em Maceio-AL – Portal Pesca Amadora Esportiva

Pescadores retiram mais de 20 caminhões de lixo da lagoa Mundaú em Maceio-AL

A pesca de lixo na orla da laguna Mundaú levou 42 pescadores artesanais a retirar, em três pontos de Maceió, o equivalente a 125,56m³ ou cerca de 21 caminhões com todo tipo de resíduos, durante cerca de quatro horas de trabalho. A ação reuniu jovens e adultos, homens e mulheres que entraram na lama acumulada nas margens ou mergulharam nos canais para fazer a coleta.

A quantidade de objetos, o mau cheiro e as condições encontradas levaram cinco duplas a desistir da gincana. O trabalho realizado pelas outras 21 aponta para a necessidade de mudança no comportamento da população e de reunião dos esforços pela recuperação de todo o Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM). A atividade aconteceu quarta-feira (30/04), mas apenas no dia (31/04) foi possível reunir com precisão os números resultantes das quantidades coletadas.

A proposta do Instituto do Meio Ambiente (IMA) era a de envolver ribeirinhos e usuários em uma ação ampla e que demonstrasse a necessidade urgente de colocar em prática os estudos e projetos que apontam soluções para problemas como: despejo de esgotos e resíduos sólidos, assoreamento e desmatamento. Transformar a ação em uma gincana de sensibilização foi uma proposta dos presidentes da Federação dos Pescadores de Alagoas (Fepeal) e das Colônias Z2, Z4, Z5 e Z16.

“Estudos como a batimetria devem apontar as ações que podem e não podem ser feitas, com mais segurança o estado poderá buscar os meios de fazer a dragagem, por exemplo, dos trechos mais assoreados”, disse Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA, sobre o trabalho desenvolvido através da parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e a Agência Nacional de Águas (ANA).

A gincana aconteceu esse ano pela primeira vez, como parte da programação do Mês do Meio Ambiente. Organizada pelo IMA, contou ainda com o apoio da Semarh, Secretaria Munipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) e Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), além da Fepeal e das Colônias.

Segundo a presidente da Fepeal, Maria Eliane Morais, a maior parte do lixo retirado parece ter sido jogada por pessoas da região. “Os próprios moradores jogam o lixo dentro da lagoa, isso sem contar com o esgoto que desce pelos canais. É preciso que haja coleta e limpeza constante. Hoje nós somos 5.144 mil pescadores artesanais só em Maceió e nas margens da lagoa estão os mais pobres”, desabafou.

Nos montes retirados pelas duplas, todo tipo de lixo: restos domésticos – móveis e eletrodomésticos (televisores, máquinas de lavar roupas, geladeiras, sofás, estantes, armários, cadeiras), pneus, hastes de ferro e de fibra (sobras de embarcações), sacolas plásticas, garrafas pets, latas, vasilhames, entre outros. “Esse lixo é prejudicial à todos e principalmente aos pescadores que dependem da lagoa para sobreviver. Essa ação tem que acontecer muitas vezes, ela serve para conscientização, porque muito lixo também é deixado por turistas e pessoas que levam os turistas às ilhas”, disse Maria José, presidente da Colônia Z2.

A pescadora Edna Andrade da Silva, conhecida como Edinha, formou com uma amiga a única dupla de mulheres a concorrer na gincana. Usando um barco a remo, elas ancoravam nas margens e mergulhavam em áreas com correnteza forte para retirar das areias do canal restos dos mais diversos tipos. “Além do lixo, a maioria das casas joga o esgoto dentro da lagoa”, contou.

Também com um barco sem motor o senhor José Carlos conseguiu até emocionar algumas duplas e equipe de apoio da gincana. Com ajuda da esposa e do filho, ele empurrou a canoa com as mãos e coletou resíduos das margens da laguna, na região do Flexal de Baixo – Bebedouro. Quando foi anunciado que havia vencido naquele ponto, houve até quem chorasse. Todos aplaudiram e ele, emocionado, seguiu para casa carregando o prêmio do primeiro lugar: um motor para a canoa. Disse apenas que a intenção agora é conseguir “melhorar um pouco a vida”.

Além do Bebedouro, os pescadores se organizaram em dois outros pontos: Vergel – próximo a sede da Fepeal – onde houve a maior quantidade retirada, e Pontal – em frente à Colônia Z2.

http://www.tribunahoje.com

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