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Substância presente em peixes e algas pode deixar seu filho mais inteligente

Por mais que as mães se empenhem, algumas crianças não querem comer nada que venha do mar. Em muitos casos, nem o famoso “aviãozinho” resolve. Mas um estudo da Universidade de Oxford, divulgado no mês passado, dá motivos para que elas insistam um pouco mais com os pequenos. Segundo a pesquisa britânica, o aumento no consumo do DHA, um ácido graxo ômega-3 presente em algumas espécies de peixes de água fria, como o salmão e o atum, e também nas algas, pode melhorar significativamente o desempenho escolar das crianças.

O estudo foi feito com 362 britânicos saudáveis, com idades entre sete e nove anos, que apresentavam baixo desempenho escolar. Durante 16 semanas, as crianças receberam doses diárias de óleo de algas marinhasem cápsulas. Nesteperíodo, os estudantes melhoraram seu desempenho em leitura e também no comportamento em sala de aula.

“A falta de habilidade de leitura em uma criança afeta todo seu aprendizado e pode levar a vários problemas na vida adulta”, explica Alex Richardson, pesquisadora sênior da Universidade de Oxford e uma das autoras do estudo. Ela conta ainda que os estudantes que receberam a suplementação conseguiram alcançar o nível dos colegas com melhor desempenho.

Não é milagre

Adolfo Leyva Rendón, médico do Instituto Nacional de Neurologia e Neurocirurgia do México, diz que o estudo junta-se a outros que já demonstraram a importância do ácido graxo na nutrição infantil. “Já era conhecido o benefício do DHA para o desenvolvimento mental dos bebês antes de seu nascimento e de crianças até a fase pré-escolar”, afirmou Adolfo durante workshop sobre o tema, realizado no início de outubroem Buenos Aires, na Argentina.

No entanto, Adolfo alerta que a ingestão do ácido graxo não faz nenhum milagre. “Não significa que você vai tomá-lo e de repente vai ficar mais inteligente. O que podemos dizer é que ele vai funcionar como aliado no desenvolvimento cerebral”, esclarece o neurologista.

O DHA é encontrado em certas áreas cérebro, mas também na retina, sendo igualmente importante para a saúde dos olhos. “Ele ajuda as sinapses a ficarem mais eficientes”, aponta a nutricionista Elaine de Pádua, referindo-se a comunicação feita entre as células cerebrais, os neurônios. “Melhora ainda a cognição, que é a nossa capacidade de adquirir conhecimento”, completa a especialista.

Águas geladas e profundas

Para grávidas e crianças, a nutricionista FernandaFaria recomenda o consumo de duas porções por semana de salmão, cavala, sardinha ou atum. Contudo, ela faz uma ressalva. “Os peixes que estamos acostumados a comprar no supermercado são criados em cativeiros e alimentados com ração. Mas para serem ricos em ômega-3, eles precisam viver em águas geladas e profundas. É lá que esses animais se alimentam das algas, estas sim ricas em ácido graxo”, pondera Fernanda.

Quem não é muito fã de consumir peixe pode recorrer à suplementação de DHA em cápsulas de óleos de peixe ou alga. De acordo comFernanda, está última opção é a recomendação dos especialistas para os vegetarianos. Também existem diferentes tipos de suco e leite em pó infantil enriquecidos com o ácido graxo disponíveis no mercado.

No Brasil, a venda de cápsulas, suplementos e produtos relacionados ao DHA tem crescido, de acordo com Renata Rezuk, gerente de segmento da DSM, multinacional fabricante destes produtos. “Atualmente, o consumo em maior escala acontece principalmente nos Estados Unidos, México, Ásia e Europa. Mas a procura tem aumentado bastante na América Latina”, afirma Renata.

Elaine diz que as cápsulas e os suplementos de DHA não têm nenhum efeito colateral, mas que as mães e as grávidas devem procurar um obstetra ou um nutricionista antes de ingeri-los ou dá-los aos seus filhos. “Além de recomendar a quantidade necessária para cada pessoa, o profissional especializado também vai indicar os produtos mais confiáveis existentes no mercado”, considera a especialista. Em relação aos sucos e leites, ela diz que não há nenhuma restrição de consumo.

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