Ícone do site Portal Pesca Amadora Esportiva

Pescadores de Sapucaia-RJ, reclamam da Usina de Simplício

usina de sapucaia rjPescadores de Sapucaia, RJ, se queixam que depois da construção da Usina de Simplício, no Rio Paraíba do Sul, o trabalho ficou prejudicado. Segundo os 25 profissionais da Associação de Pescadores, que vive da atividade, a produção caiu 70%. “É muita dificuldade, é esse mundo de rede que você tá vendo aí, quando acontece pra gente pegar um peixe, dois peixes”, disse Manuel Pires Miguel.

Outro pescador, Armando Luiz da Fonseca, explica como a situação mudou desde as obras. “A gente pescava em torno de 250 a 300 quilos de peixe por semana, só que depois da construção esse peixe praticamente desapareceu porque é um peixe de corredeira”, afirmou.

Foram desviados 30 quilômetros do Paraíba do Sul. Com a construção da barragem uma área de aproximadamente 20 quilômetros precisou ser inundada e o rio se transformou em um grande lago. Por isso algumas espécies que dependem da água corrente para desova não resistiram.

Entre as 28 condicionantes para licenciamento ambiental da obra estava o monitoramento e conservação da fauna e flora. “O empreendedor deveria ter construído tanques redes que seriam os berçários de psicultura, que eles pudessem repovoar o grande lago”, explicou Rodrigo Couto Constantino, presidente da Associação.

A Associação de Pescadores entrou com uma ação na justiça pedindo reparação por danos causados à atividade deles.”Eles vivem exclusivamente da pesca e a construção da usina com esse lago que vai desde Anta até próximo a Três Rios dificultou a pesca, impossibilitou a pesca”, afirmou o advogado ambientalista Galvão Duarte.

Enquanto isso, quem sempre viveu da pesca não sabe o que esperar do futuro. “Meu pai sustentou ‘eu’ e mais três irmãos com dinheiro de pesca. Tô pensando como vou fazer para criar os meus dois filhos dessa maneira, muito difícil”, disse o pescador Everaldo Ramos.

Procurada, a empresa Furnas, responsável pela Usina de Simplício, não enviou resposta sobre o caso até a públicação desta reportagem.

http://g1.globo.com

Sair da versão mobile